A cada quatro anos, os eleitores se preparam para votar em seus candidatos, sejam eles prefeitos, governadores, deputados, vereadores e até presidente. Mas muitos nem sequer se lembram em quem votaram na eleição passada. Diante disso, investigamos para saber o porquê que isso está acontecendo.
Esse esquecimento não é só das classes menos favorecidas. Pesquisas do Ibope mostram que 47% das classes A e B não lembram em quem votaram na última eleição, contra 53% das classes C e D.
A desculpa para a perda da memória eleitoral é a má gestão do aspirante de sua escolha. Segundo Ana Carina, 29 anos, afirma está decepcionada e com raiva de toda essa politicagem. “Voto por votar, não tenho mais fé na honestidade e competência desses políticos, confessa”.
Entretanto, se o eleitor não lembrar em quem votou, ele não terá como cobrá-lo. É uma questão de compromisso para um bem comum, assegura a cientista política Isa Dias. Ela ainda complementa dizendo que as pessoas esquecem seu voto porque não dão a importância devida ao tema da eleição, e isso é péssimo, pois como se pode cobrar ações efetivas de quem você nem lembra quem foi. “As pessoas estão descomprometidas e votam por impulso, não em propostas, mas num candidato que momentaneamente lhe parece simpático ou atraente, alega”.
O engenheiro Paulo Machado de 55 anos agrega dizendo que é necessário pesquisar e procurar saber se o pretendente já foi eleito em outro cargo, o que ele fez quando eleito e prestar atenção em suas propostas. “É fundamental acompanhar o trabalho daqueles que você ajudou a eleger ou não, assegura”.
Contudo, há um número muito grande de candidatos, que se diferenciam por pouca coisa. Dessa forma o eleitor é jogado num espaço de múltiplas alternativas vazias que o fazem ficar confuso, e esquecendo-se em seguida.
É preciso um número menor de candidatos com um discurso mais convincente, para que dessa forma os eleitores criem uma identidade com o seu preterido e não o esqueça tão facilmente.
