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domingo, 18 de setembro de 2011

A insegurança das Igrejas do centro



Por Fabiana Marino

A onda de assaltos que acomete as grandes cidades atinge não só comerciantes e pedestres, como também as igrejas e seus fiéis. E nas basílicas do centro de Fortaleza não são diferentes. As paróquias tornaram-se moradias de mendigos e alvo dos ladrões, que viram nos turistas, freqüentadores das igrejas e suas peças de valor, um lucro garantido.

Além de abrigar o comércio local, o centro é composto de várias igrejas, estas compõem a paisagem do trajeto de muitas pessoas, que vão para seus trabalhos, ou para aquelas que visitam a cidade pela primeira vez. Porém, aventurar-se a passear por essas basílicas nem sempre é fácil, pois o receio de furtos e assaltos fazem com que as pessoas desistam.

O centro é um ponto de passagem de muitos, entre comerciantes locais, pedestres e turistas, os templos tornam-se alvos fáceis para os ladrões. As portas estão sempre abertas para quem queira entrar. Isso facilita as ações, pois é tranqüilo e pode-se ver o que tem de valor. Conta Claudemir Holanda, Secretário da Igreja da Catedral. “Como não podemos dizer quem pode entrar e quem não pode, ficamos mais vulneráveis”, conta.

Além dos roubos aos objetos do templo e as pessoas que a freqüentam, a falta de segurança trouxe outros inconvenientes, como a moradia de mendigos no local. A escada da Catedral é usada como residência. Eles colocam colchões e fazem suas necessidades, deixando mau cheiro. Esses indivíduos se passam por trabalhadores da igreja vendendo santinhos e terços, dizendo que é para ajudar a paróquia, mas terminam fugindo com o dinheiro. Nos dias de domingo, com a ausência do comércio local, é ainda pior, muitos se aproveitam para roubar carros, turistas e fiéis.

As igrejas, além de serem patrimônios da cidade, são pontos turísticos. E as paróquias já não expõem suas belíssimas e raras peças, com medo de serem roubadas. Muitas delas não têm recursos financeiros para investir. “Já tentamos colocar um sistema de segurança aqui, mas pelo fato de o espaço ser muito grande, ficou inviável”, afirma Claudemir da Igreja da Catedral. “Quando o espaço da paróquia é usado em acontecimentos como casamentos e batizados, é necessária a contratação de uma firma de segurança terceirizada para impedir as ações dos ladrões”, complementa.

Para criar um ambiente mais seguro, muitas igrejas estão investindo em segurança para trazer mais tranqüilidade aos turistas e fiéis. No Santuário Sagrado Coração de Jesus, frei José Nilto Pereira, há um ano e meio na paróquia, diz que além de colocar câmeras, também contrataram uma empresa de segurança para protegê-la. “Queremos criar um ambiente seguro e propício para as pessoas poderem vir e rezar nessa casa de oração”, diz. O Santuário Sagrado Coração de Jesus já tem um projeto de colocar grades no sacrário para evitar as ações dos bandidos.  




quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Clima ameno marca negociações no TJ

Por Fabiana Marino


Depois de roubarem a cena no desfile em comemoração ao 7 de setembro, os professores da rede estadual de ensino, foram hoje (08), às 14h, ao Tribunal de Justiça, em Cambeba, acompanhar os recursos requeridos pelo Sindicato da APEOC.

Munidos de faixas com dizeres “Cid, ilegal é você” e com camisas pretas escritas “Respeite a educação”, alegando a ilegalidade da greve, os professores aguardavam o desembargador Emanuel Leite, que foi o responsável pela liminar suspendendo a greve, para saber se ele iria reforça sua decisão ou enviar para a câmera os termos pedidos na proposta.

A proposta passada para os professores pelo Governo do Estado, aumentava em 45% a remuneração no início da carreira do docente com nível superior, comparada como ano de 2010. Sendo assim, o salário passaria de R$ 1.461,50 para R$ 2.000,00, além um incremento de até 60% para os professores temporários.

Entretanto, Olavo Mendes, o professor há 29 anos, diz que na realidade não houve reajuste no piso. “Foi tirado 40% da regência e implementado no piso, acabando assim com a carreira.” Na realidade o governador nos deu um percentual que já era nosso”, afirma. Agora, para garantir o cumprimento dos compromissos, os docentes querem que o governador Cid Gomes assine o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público.

O cumprimento da Lei Federal do Piso e o plano de cargos e carreiras é questionado pelo sindicato. Eles dizem que a aplicação do piso tem que englobar todos os profissionais, sejam eles do nível médio, graduados e pós-graduados. A categoria reivindica a aplicação do piso salarial e a repercussão na carreira. É o que diz o professor de história Sidney de Oliveira Araújo. “Eles tem que manter o piso”.

Às 17h45 a categoria obteve uma posição do desembargador. Emanuel Leite se comprometeu a julgar o mais rápido possível o recurso. Ficou decidido que nessa segunda (12) ou na próxima (19) o resultado será divulgado para não ser necessário levar para a câmara. Amanhã (09), às 15h, os professores irão a Assembleia Geral no Ginásio Aécio de Borba para decidir os rumos da greve.

sábado, 6 de agosto de 2011

As cores de Otto Cavalcanti


Por Fabiana Marino

Quadros expressivos marcados por cores vivas. Assim podemos caracterizar as obras de Otto Cavalcanti na exposição “Do Brasil à Catalunha” no Centro Cultural UNIFOR  até 31 de julho.

A mostra, que conta com a coordenação de Randal Martins Pompeu e curadoria de Heriberto Rebouças com parceria de Margarita Solares, traz 61 obras do artista plástico pelos vários lugares por onde passou: Barcelona, Catalunha, Rio de Janeiro, Fortaleza e Uruguai.

Apesar de ser paraibano de nascença, Otto criou raízes em Barcelona, na Espanha nos anos 70, onde absorveu influências locais e se destacou com seus trabalhos em toda Europa. Em suas obras é possível visualizar fortes traços da arte catalã e de suas raízes, com desenhos relacionados à música, o movimento, a natureza e as religiões afro-brasileiras.

Na exposição é possível ver alguns frutos da sua vinda ao Brasil, onde permaneceu por 12 anos. Em Fortaleza, com a técnica acrílica sobre tela, ele pintou “Carícia I” (1993), “Demonstración” (1995) e “Árbol de Navidad” (1993). Já no Rio de Janeiro, ele imprimiu no óleo sobre madeira “Mulher engomando” (1952), e com óleo sobre eucatex destacam-se “Teresópolis” (1953), “Retrato de mulher” (1956), “Autorretrato” (1957), “Mágico” (1960), “Vendedora de rua” (1952) e “Paisagem carioca” (1962).

Para os que apreciam as pinturas do artista na mostra, é possível ver as cores quentes e atrativas que acompanham o seu trabalho. O analista de desenvolvimento de produtos Luis Oliveira diz que não é preciso entender de arte para gostar dos quadros de Otto Cavalcanti. “Gosto muito de artes plásticas, mas não entendo muito. Mesmo assim gostei dos desenhos diferentes e das cores vibrantes das obras”, afirma.

Já o arquiteto Celso Pontes diz que é bom ver exposições de artistas que só conhecemos pelo nome. “Conhecia o artista só de nome. É a primeira vez que vejo uma exposição dele. Sempre visito as exposições da UNIFOR, pois elas apresentam um alto padrão de qualidade investindo em artistas importantes e temas interessantes”, declara.

Para quem ainda não conferiu, a exposição fica em cartaz até o dia 31 de julho, por onde já passaram mais de 9.600 pessoas. A entrada é gratuita.


terça-feira, 31 de maio de 2011

Sonhos imperfeitos



Por Fabiana Marino

Quais sonhos me reservam o futuro? Será que me enganei todos esses anos? Espero que não! Ainda criança, eu ansiava ser duas coisas quando crescesse, bailarina e jornalista.

A dança ainda permeia minha vida, não mais a praticando, mas vivenciando- a em cada momento que posso fazê-la parte da minha vida. Livros, espetáculos, músicas e programas, preenchem o vazio de não poder mais exercê-la.

E o jornalismo? Essa profissão, que adotei desde o dia que vi pela primeira vez Fátima Bernardes apresentando o Jornal Nacional, fez parte da minha vida como se eu não pudesse ser mais nada além disso.

Escrevi poesias, criei histórias nos livros que só havia figuras e sempre apresentei uma habilidade com as palavras, o que me tornava perfeita para essa profissão. Será? Não é dessas qualidades que se precisa? O que aconteceu no meio do caminho?

Sinto que me perdi em algum momento dessa caminhada. Aquilo que eu sempre acreditei ser, sumiu, e não consigo reavê-la. As ações necessárias para se chegar lá, eu trilhei. Mas o que aconteceu? Se agora me sinto perdida, será que tudo em que eu sonhei e um dia acreditei estava errado?

Não! Quando penso em denunciar fatos, chamar a atenção das pessoas sobre o que está acontecendo no mundo e me tornar uma referência, me fez perceber o quanto eu amaria ser para sempre uma jornalista.

Sei que só preciso de uma chance, uma oportunidade para mostrar quem eu sou e do que sou capaz. Mas as portas estão fechadas, a esperança se esvai e os sonhos.... ficam para outra hora.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Oportunidade X capacidade



Por Fabiana Marino


O sol realmente não nasce para todos. Pessoas qualificadas não conseguem entrar no mercado de trabalho, pelo simples fato de não ter um QI (quem indique). Como provar que são capazes, se nem ao menos tem a oportunidade de mostrá-lo.

Ainda crianças, através de perguntas dóceis de seus pais, esses indivíduos escolhem as profissões que desejam seguir, com o objetivo de realizar uma atividade para o resto de suas vidas, que amem e lhes promovam prazer no que fazem.

Quando jovens, realizam o sonho de concluir a profissão que escolheram, e vislumbram o dia que estarão à frente de um cargo importante dentro de uma grande empresa, fazendo aquilo que gostam e ainda recebendo por isso.

Contudo, os sonhos podem não se realizarem. Muitos, enquanto estão cursando suas faculdades, não tem tempo para trabalhar na área, e acabam se formando sem experiência na profissão. Isso traz uma dificuldade a mais, que irão encontrar para se inserir no mercado de trabalho, após concluírem seus cursos.

É triste ver tantas pessoas apaixonadas pela sua área de atuação e não tendo a oportunidade de exercê-la. No final das contas, cansados de lutar e achando que são incapazes, acabam em subempregos pelo resto de suas vidas, com a convicção que não nasceram para tal papel.
Mesmo aqueles que podem gozar de oferecer seu trabalho gratuitamente, passam por rigorosas seleções sem saber ao certo se serão selecionados. E quando isso acontece, ficam na ansiedade de um dia serem contratados.

O que fazer? Desistir do que escolheu fazer com amor e dedicação, e engajar-se em outras ocupações para sobreviver? Ou simplesmente seguir adiante com o resto das forças que ainda lhe sobram?

Essa situação vai muito além da capacidade desses jovens. É preciso um mínimo de oportunidade. Como dizer que não se sabe ler, se não se viu o que está escrito? Como mostrar a qualificação sem uma oportunidade?

quinta-feira, 3 de março de 2011

Paz entre vilões e heróis

                                          Crédito: Thiago Lubambo


Essa foi a noite que os super-heróis fizeram as pazes com os vilões.  A prévia “Enquanto isso na sala da justiça” reuniu Alices com rainhas vermelhas, Penélopes com o Dicks vigaristas e trouxe de uma galáxia distante mestres Jedis e rainhas Amidalas.

Depois de aberto os portões, os super-heróis que ainda entravam tímidos na festa, caíram no frevo com a Orquestra do Homem da Meia Noite, que arrastou os foliões pelo pavilhão do Centro de Convenções ao som de “Vassourinhas”, “Madeira do rosarinho, e como não podia faltar, o Hino do Galo da madrugada.

Já às 23h50, foi a vez dos pernambucanos da Academia da Berlinda surpreender o público subindo ao palco fantasiados para comandar a festa. O grupo que traz seu trabalho autoral de cumbias, guarachas, afrobeats e ritmos tradicionais de Pernambuco como ciranda e o coco, também trouxe para o show, bregas e sucessos do primeiro disco, como “Envernizado”, “Ivete” e “Cumbia do Lutador”.

Falcão e os loucomotivos entraram em cena às 01h45 com o sucesso do Planet Hemp “Mantenha o respeito”, colocando o pavilhão do Centro de Convenções abaixo. A banda agradou todas as tribos, foi de Alceu Valença com a música “Como dois animais” até sucessos de Chico Science e Nação Zumbi com “Manguetown” e “Quando a maré encher”, Cidade Negra com “Amor igual ao teu”, Tim Maia com “Gostava tanto de você” e hits do Paralamas do Sucesso.

E os foliões queriam mais. Os cariocas do Monobloco entraram com o sucesso “Isso aqui tá bom demais” de Dominguinhos fazendo o público dançar sem parar. O grupo apresentou músicas do seu recente trabalho “Monobloco 10”, que mistura samba, funk,  rock e o baião. Com baterias, tamborins, pandeiros e ganzás, a banda tocou “Frevo Mulher” de Zé Ramalho, “Alagados” de Paralamas do Sucesso, “Do leme ao pontal” e “Descobridor dos sete mares” de Tim Maia, “Incendeia” de Zeca Pagodinho além do sucesso do momento “Minha mulher não deixa não”.

A prévia “Enquanto Isso na Sala da Justiça” sempre congrega a galera descolada da cidade, super –heróis ou vilões, vão em busca de música de qualidade, ambiente agradável e animação garantida, sem hora para acabar.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Sentimentos desconexos




Por que você se sente assim? A frustração e a tristeza se instalam, e você não consegue se libertar. Por que não consegue olhar o lado bom das coisas? Por que essa melancolia, por mais que você lute, não deixa de morar dentro do peito?

O prazer no trabalho, na vida pessoal, não existe. E quando isso de repente acontece, surgem às reviravoltas que fazem você voltar à estaca zero. Abater-se é um fato, e a tristeza toma conta de todo o seu ser novamente.

Ler livros especializados no assunto é uma tarefa constante. E procurar pessoas para pode conversar, suportar ou entender esse estado, é uma busca eterna. E mesmo assim parece tudo temporário. As palavras dos livros perdem o significado e os conselhos alheios parecem não ajudar mais. O que fazer?

Muito disso se explica pelo tipo de vida que se teve. Filhos passam suas infâncias, adolescências e até a vida adulta escutando de seus pais, chefes e pessoas que eles estimam, o quanto eles não são bons o suficiente. Crescem com a certeza que nunca serão os melhores.

Esses tipos de comportamentos formam crianças inseguras, adultos medrosos e idosos solitários. As crianças fazem de tudo para agradar os pais para sentirem-se aceitos. Os adultos se escondem em seus medos achando que nunca serão capazes. E os idosos, passarão suas vidas tendo a certeza que não são bons o bastante para partilharem a vida com outra pessoa.

Você pode pensar, será que é assim? Analise a sua vida. Perceba se foi incentivada, valorizada ou depreciada e infeliz. Caso não tenha passado por esses momentos ruins, a procedência pode ser outra. Vale ficar atento a todos os detalhes que a vida mostra. Às vezes está tão evidente e não a percebemos. É preciso parar para se olhar mais, escutar o seu coração. E ter a consciência de que se você não conseguiu é porque não era para ser, e não porque você é incapaz. Assuma as rédeas da sua vida, e a conduza da forma que a faça feliz.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

A oportunidade não é para todos

Por Fabiana Marino



Nadar tanto para morrer na praia?. Essa pergunta, muitos jovens fazem a si mesmos quando lutam tanto para conseguir emprego, fazer uma faculdade e no fim de tudo não terem uma oportunidade quando chegam no mercado de trabalho.

Essa é a realidade de boa parte dos desses brasileiros, iniciantes em sua vida profissional. Muitos não tiveram uma boa formação na educação de base, pois muitos estudaram em escolas públicas, sem muito recurso, sem muitas expectativas. O que esperar da vida?

Depois de lutar para alcançar um lugar numa faculdade estadual, porém sem êxito, eles vão em busca das universidades particulares. Longe da sua realidade, mas, a mais próxima de um futuro melhor.

Dessa forma, trabalham extenuadamente para pagar as altíssimas mensalidades em prol de uma vida futura com melhores expectativas. Trabalham oito, até dez horas. E muitas vezes em pé, mas com o pensamento firme de que é o necessário para se conseguir vencer na vida.

Escuta-se: tudo que vem fácil, vai fácil. Mas quem disse que tem que ser tão difícil?. Os novos adultos, cursam sua faculdade com muitas dificuldades: o cansaço de um dia inteiro de trabalho, estresse pelo pouco dinheiro que ainda lhe resta e o tanto de trabalhos e provas que tem que realizar para não ter que pagar o mesmo semestre outra vez.

Seria maravilhoso que todos tivessem as mesmas oportunidades; estudar, fazer uma boa faculdade e por fim conseguir um emprego em sua área de estudo. Mas para muitos, o caminho é inverso e doloroso. Precisam trabalhar para pagar o curso e sustentar-se, pois seus pais mal puderam cursar um. Alguns ajudam nas despesas da casa, outros, sustentam seu lar. Pessoas que já conhecem a realidade dura da vida. Alimentam o dia que poderão viver seu sucesso, e agradecer por todo esforço recompensado.

Mas infelizmente não é o que acontece, todos gostariam de apenas estudar, entrar numa universidade, estagiar em sua área, e por fim quando se formar, está inserido no mercado de trabalho. O que vemos, são os jovens se esforçando arduamente para pagar a faculdade e quando se formam, encontram o mercado de trabalho fechado para eles.

É! É isso mesmo o que acontece. Ninguém quer alguém sem experiência. Não querem perder tempo ensinando nada a ninguém. O mundo gira rapidamente, e quem puder que o acompanhe.

Agora fica a questão, o que fazer com essas pessoas que não tiveram sorte e agora não tem oportunidade? Pedir que morram e nasçam de novo, só que agora ricas? Ou dizer a elas que não procurem melhorar suas vidas e seus futuros através do estudo e do conhecimento?