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quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

A oportunidade não é para todos

Por Fabiana Marino



Nadar tanto para morrer na praia?. Essa pergunta, muitos jovens fazem a si mesmos quando lutam tanto para conseguir emprego, fazer uma faculdade e no fim de tudo não terem uma oportunidade quando chegam no mercado de trabalho.

Essa é a realidade de boa parte dos desses brasileiros, iniciantes em sua vida profissional. Muitos não tiveram uma boa formação na educação de base, pois muitos estudaram em escolas públicas, sem muito recurso, sem muitas expectativas. O que esperar da vida?

Depois de lutar para alcançar um lugar numa faculdade estadual, porém sem êxito, eles vão em busca das universidades particulares. Longe da sua realidade, mas, a mais próxima de um futuro melhor.

Dessa forma, trabalham extenuadamente para pagar as altíssimas mensalidades em prol de uma vida futura com melhores expectativas. Trabalham oito, até dez horas. E muitas vezes em pé, mas com o pensamento firme de que é o necessário para se conseguir vencer na vida.

Escuta-se: tudo que vem fácil, vai fácil. Mas quem disse que tem que ser tão difícil?. Os novos adultos, cursam sua faculdade com muitas dificuldades: o cansaço de um dia inteiro de trabalho, estresse pelo pouco dinheiro que ainda lhe resta e o tanto de trabalhos e provas que tem que realizar para não ter que pagar o mesmo semestre outra vez.

Seria maravilhoso que todos tivessem as mesmas oportunidades; estudar, fazer uma boa faculdade e por fim conseguir um emprego em sua área de estudo. Mas para muitos, o caminho é inverso e doloroso. Precisam trabalhar para pagar o curso e sustentar-se, pois seus pais mal puderam cursar um. Alguns ajudam nas despesas da casa, outros, sustentam seu lar. Pessoas que já conhecem a realidade dura da vida. Alimentam o dia que poderão viver seu sucesso, e agradecer por todo esforço recompensado.

Mas infelizmente não é o que acontece, todos gostariam de apenas estudar, entrar numa universidade, estagiar em sua área, e por fim quando se formar, está inserido no mercado de trabalho. O que vemos, são os jovens se esforçando arduamente para pagar a faculdade e quando se formam, encontram o mercado de trabalho fechado para eles.

É! É isso mesmo o que acontece. Ninguém quer alguém sem experiência. Não querem perder tempo ensinando nada a ninguém. O mundo gira rapidamente, e quem puder que o acompanhe.

Agora fica a questão, o que fazer com essas pessoas que não tiveram sorte e agora não tem oportunidade? Pedir que morram e nasçam de novo, só que agora ricas? Ou dizer a elas que não procurem melhorar suas vidas e seus futuros através do estudo e do conhecimento?

Um comentário:

  1. Olá, Fabiana,

    Sua brilhante e sensibilizante postagem dessa semana, tocou num dos mais frustrantes problemas sociais de nosso país - a dificuldade de colocação no mercado de trabalho, do jovem que concluiu uma faculdade mas não tem a experiência necessária para ser contratado como "profissional"!
    Não importa se o recém-formado precisou trabalhar pra custear a faculdade e não teve condições físicas e tempo para estagiar, ou se realizou um bom estágio, ou vários ao longo de seu curso e, no final, não teve a chance, melhor dizendo, a "sorte" de ser contratado na empresa ou escritório em que estagiou...
    Foi esse exatamente o meu caso e mudou os rumos de minha vida profissional como Psicóloga Organizacional...Para melhor, felizmente! Tornei-me Psicóloga clínica, autônoma, um caminho cheio de incertezas e inseguranças, mas também de alegrias e gratificações inexistentes numa empresa!
    Depois de graduado, raramente um jovem terá o tempo de experiência "profissional" exigido pela maioria das empresas - em média, 2 anos! Por isso, quando submetido a um processo de seleção, dificilmente será contratado!
    E se ao jove não é dada a 1ªchance de trabalhar, uma círculo vicioso vai se formar, que dificilmente será quebrado...
    Por isso encontramos tantos universitários trabalhando em sub-empregos ou se especializando em fazer concursos públicos...
    Muito lamentável essa situação tão comum, que impede a necessidade de realização profissional de tantas pessoas!
    A realização profissional, uma necessidade básica e vital do ser humano, ocorre quando trabalhamos numa área escolhida por vocação e amor... Aí é possível desenvolvemos habilidade e potenciais, o trabalho torna-se leve, quase "diversão", uma verdadeira fonte de força, equilíbrio e nutrição emocional...
    É de admirar, portanto, o nível de estresse, frustração e infelicidade existente em nossa sociedade, cuja grande maioria trabalha apenas por dinheiro, para sobreviver??...
    Não terá chegado a hora dos pequenos e grandes empresários, repensarem critérios de seleção como "tempo de experiência" para seus funcionários e começarmos a investir em potencial, motivação e vocação dos recem formados?
    Pensem nisso...

    Olga

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